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Mostrando postagens de junho, 2010

Será que a questão das burcas diz respeito aos direitos das mulheres?

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Na última quarta-feira, a Espanha tornou-se o mais recente país europeu a aprovar uma legislação para proibir o uso da burca e de outros véus faciais do gênero. Muitos dos indivíduos que apoiam tais leis citam os direitos das mulheres como justificativa, mas será que a criminalização das vestimentas delas ajuda de fato?   Ao que parece, em se tratando das burcas todos são feministas. Em 2006, o populista de direita holandês Geert Wilders argumentou que a burca – uma veste feminina que cobre o corpo inteiro, tendo apenas uma rede em frente aos olhos para que se possa enxergar – é “um símbolo medieval, um símbolo contra as mulheres”. No ano passado, o presidente francês Nicolas Sarkozy classificou o uso da burca de “um sinal de subserviência”. E, na última quarta-feira, o senado espanhol deu a sua aprovação a uma proposta de legislação anti-burca que apoia a proibição de “ qualquer roupa, costume ou prática discriminatória que limite a liberdade das mulheres”.   A Espanha, de fato,

1º Congresso Internacional Texto-Imagem

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O 1º Congresso Internacional Texto-Imagem será realizado de 20 a 24 de setembro, em Guarulhos (SP). O evento é uma iniciativa conjunta dos cursos de Letras e de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e pretende discutir as diversas formas de diálogo entre o textual e o imagético, a fim de repensar sua tradicional complementaridade. “Imagens no/do texto literário”, “A descrição da Antiguidade ao século 21”, “Ilustração e textualidade: nas fronteiras do legível e do visível”, “As artes visuais como vetor da escrita literária”, “Palavra e imagem na mídia digital”, entre outros, são alguns temas do congresso.   O congresso será realizado no campus da Unifesp em Guarulhos, localizado na Estrada do Caminho Velho, 333 Bairro dos Pimentas. Mais informações: textoimagemunifesp@uol.com.br ou (11) 3381-2000.

Arqueologia conceitual - Por Fábio de Castro

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O patrimônio arquitetônico e artístico de Minas Gerais no século 18 está entre os mais importantes do país. Mas a tarefa de compreender e analisar esse acervo não é nada fácil, já que ele foi formado a partir de concepções de mundo, preceitos e doutrinas que se transformaram ou se perderam ao longo dos séculos seguintes. Estudo premiado faz reconstituição histórica dos preceitos que orientaram arquitetura do século 18 em Minas Gerais, gerando novo método de análise do patrimônio colonial (Foto: Divulgação ) A partir da reconstituição histórica dos conceitos que orientaram as práticas artísticas e arquitetônicas setecentistas na cidade de Ouro Preto (MG), um estudo realizado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) renovou o método de análise histórica da arte e da arquitetura coloniais, oferecendo uma compreensão alternativa daquele patrimônio. A pesquisa correspondeu à tese de doutorado de Rodrigo Almeida Bastos, defendida em 2009 n

Diálogo com as artes - Por Alex Sander Alcântara

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O português Manoel de Oliveira, nascido em 1908, é um dos cineastas mais premiados na Europa e um dos mais importantes diretores da história do cinema no século 20. Oliveira também é, aos 102 anos, o mais velho cineasta do mundo em atividade. Autor de 55 filmes (entre curtas, médias e longas-metragens), produzidos em Portugal, França, Itália, Suíça, Espanha e Brasil , sua produção cinematográfica é conhecida por aqui entre cinéfilos, mas tem tido pouco destaque entre estudiosos e pesquisadores brasileiros. Produção cinematográfica do português Manoel de Oliveira é destacada em livro organizado por professora da Unesp (reprodução capa) O livro: Manoel de Oliveira: uma presença , que será lançado no dia 24 de junho, faz uma homenagem ao cineasta, promove uma revisão crítica de sua obra e preenche um vazio editorial sobre o autor que lançou seu primeiro filme em 1931. De acordo com Renata Soares Junqueira, professora do Departamento de Literatura da Faculdade de Ciências e Letras

Exposição mostra lado católico e abstrato de Andy Warhol - Por Walker Simon

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Como um pioneiro da pop art, Andy Warhol trilhou o seu caminho para a fama com obras que viraram a sua marca registrada como as caixas de sopa Brillo ou latas de sopa Campbell. Mas uma nova exposição garante que a pop art foi apenas uma fase de sete anos que Warhol teve durante os anos 1960, anterior a sua guinada nos anos 1980 para a arte abstrata e imagens cristãs, especialmente as suas versões da "Última Ceia". Irreverente e exuberante uma personalidade do mundo das artes, Warhol por muito tempo manteve na esfera privada a sua devoção pelo catolicismo. "Apenas os seus confidentes mais próximos sabiam que ele era uma pessoa religiosa e ia sempre à missa", disse Sharon Matt Atkins, curadora da exibição no Museu do Brooklyn, chamada: "Andy Warhol: A Última Década", que começa no dia 18 de junho. Também não é muito conhecido o fato de que Warhol frequentava a igreja no rico Upper East Side de Manhattan , um mundo completamente diferente do seu estúdi

“Somos corpo, mente e espírito” - Entrevista com Fernando Lucchese

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“Somos corpo, mente e espírito” Entender a força da espiritualidade e da fé no tratamento de pacientes tem sido uma ação constante e reveladora para o cirurgião Fernando Lucchese, autoridade em transplantes cardíacos, diretor do Hospital São Francisco e do Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre. Veja alguns trechos de sua entrevista: A fé e a cura “A fé é um complemento importante para a cura. Ninguém está prescrevendo religião como tratamento, mas fé se trata de uma ajuda importante para a cura, pois cria um ambiente, uma motivação.”   Definição do fênomeno “Somos corpo, mente e espírito. O corpo se movimenta ou se mobiliza com exercício. A mente também, e o espírito se mobiliza com a fé, por acreditar em alguma coisa, em uma pessoa, numa felicidade possível. A questão do sagrado é muito importante, pois faz parte da história da humanidade.” Fé religiosa ou científica “Os cientistas estão, progressivamente, acreditando mais em espiritualidade. Einstein foi um cientis

Uma época em busca do esquecimento - Por Marcos Guterman

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No recém-lançado Reflexões Sobre Um Século Esquecido: 1901-2000 , o pensador inglês Tony Judt analisa o crescente processo de descarte dos referenciais históricos mais próximos no tempo Um espectro ronda o século 21: o esquecimento. O fenômeno se manifesta pela redução do significado do passado recente e pela disseminada sensação de que o presente representa uma espécie de "marco zero" moral. Despreza-se assim o processo histórico do século anterior, congelado em rótulos tão negativos quanto convenientes? fala-se de "totalitarismo", "globalização" e "neoliberalismo " como se fala de futebol. A história do século 20, segundo essa retórica, é apenas uma coleção de monumentos para os quais devemos olhar como forma de "lições", e não como contexto duradouro e complexo que não se encerra em si e que está longe de uma apreensão completa. É quase como se não houvesse história, mas um memorial sobre erros que não devem ser repetidos, à esq

7º Congresso Internacional de Teoria Crítica

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 O 7º Congresso Internacional de Teoria Crítica , com o tema “Natureza, sociedade: crises”, será realizado entre os dias 13 e 17 de setembro no Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (IEL-Unicamp).   Os eixos temáticos são: “Teoria crítica e educação”, “Comunicação, indústria cultural e semiformação”, “Estética e educação dos sentidos”, “Teoria crítica, ética e formação”, “Indústria cultural”, “Subjetividade e formação”, “Teoria crítica, novas tecnologias e linguagem”, “Teoria crítica e psicanálise”, “Corporeidade e formação” e “Teoria crítica, literatura e arte”. Entre os conferencistas convidados estão: Neil Larsen (Universidade da Califórnia, Estados Unidos); Silvia Lopez (Carleton College, Estados Unidos); Torsten Pflugmacher (Universidade de Frankfurt, Alemanha); Rita Amélia Teixeira (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais); Wolfgang Leo Maar (Universidade Federal de São Carlos); Osvaldo Giacoia Junior (Unicamp); Alícia Entel (Universid

Sonoridades da história - Por Alex Sander Alcântara

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Na década de 1920, jornais e revistas de São Paulo começaram a registrar um espetáculo curioso: pessoas se aglomeravam diariamente em frente às lojas de discos para ouvir os lançamentos da época, que incluíam tango, maxixe, marchinhas ou sambas, em gravações de artistas como Francisco Alves, Gastão Formenti, Stefana de Macedo ou Vicente Celestino. Os mais abastados também se reuniam em cafés e outros lugares públicos, principalmente no centro comercial da cidade. A prática da escuta coletiva permaneceu mesmo após a proibição da Câmara Municipal, com o argumento de que o alto volume das vitrolas perturbava o sossego de comerciantes. O episódio está registrado em um dos capítulos do livro: História e Música no Brasil , organizado por José Geraldo Vinci de Moraes e Elias Thomé Saliba, que acaba de ser lançado. A obra reúne nove capítulos de pesquisadores ligados ao grupo Entre a Memória e a História da Música, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), criado em 20

Olimpíada de História

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A 2ª Olimpíada Nacional de História do Brasil está com inscrições abertas até o dia 6 de agosto. Podem participar estudantes matriculados no ensino médio ou nos dois últimos anos do ensino fundamental. As equipes devem ser compostas por três estudantes e um professor de história que enfrentarão cinco fases on-line e uma presencial. A primeira fase está agendada para o dia 19 de agosto, nascimento do jornalista e historiador Joaquim Nabuco e oficializada como o Dia Nacional do Historiador. As demais fases serão nos dias 26 de agosto, 2, 9 e 16 de setembro e 23 e 24 de outubro. A taxa de inscrição, de valor único para toda a equipe, é de R$ 15 para os grupos de escolas públicas e R$ 35 para as equipes das escolas particulares. O formulário de inscrição e o boleto de pagamento estão disponíveis no site do Museu Exploratório de Ciências da Universidade Estadual de Campinas (MC-Unicamp): www.mc.unicamp.br/2-olimpiada . Fonte: http://www.agencia.fapesp.br

Estética do arrebatamento - entrevista com Marta Dantas - Por Ana Cecília Soares

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Marta Dantas: "Não é a vida que esclarece a obra; a obra e o discurso delirante preenchem as lacunas da história de Bispo" Professora do Departamento de Artes Visuais da Universidade Estadual de Londrina , Marta Dantas desenvolve desde 2001 um estudo sobre Arthur Bispo do Rosário. No livro que lançou recentemente pela Unesp , resgata a relação entre arte e loucura na produção do artista sergipano, que passou boa parte de sua jornada criando miniaturas, escritos, vestimentas, bordados e objetos ligados ao sagrado. Como surgiu o interesse em estudar a obra de Arthur Bispo do Rosário?   Tomei conhecimento da obra de Bispo em 1990, em uma exposição no Museu de Arte Contemporânea da USP. Passei anos impressionada. Mas só em 2001 tomei coragem de escrever sobre sua obra. Desde os anos de 1990 me dedico à pesquisa sobre arte marginal. Mas o estudo que gerou este livro foi desenvolvido entre 2001 e 2003. E continuo intrigada e fascinada pela obra dele.   Qual a construção te

“Des Hommes et des Dieux” - Por Suzanne Lehn

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A Argélia foi novamente destaque no Festival de Cinema de Cannes 2010 quando o filme francês de Xavier Beauvois, “Des Hommes et des Dieux” (”Of Gods and Men” [Sobre Deuses e Homens, em francês]) ganhou o Grand Prix du Jury [Grande Prêmio do Juri, em francês]. O filme, encenado na Argélia de 1996, retrata eventos reais, quando sete monges franceses do monastério Tibhirine foram feitos reféns por fundamentalistas islâmicos e mais tarde assassinados no que pode ter sido, de acordo com documento do serviço secreto francês, um assassinato acidental feito pelos militares argelinos durante uma tentativa de salvamento. No entanto, o filme não tem como esclarecer os fatos, ao invés disso, é, como descrito no The Irish Times , uma “ reflexão calma e ponderada sobre as virtudes e perigos da fé religiosa”, com foco no caminho espiritual desses homens quando, enfrentando ameaças tão próximas, tiveram que decidir entre ficar ou fugir, e então foram em frente até o martírio. Fonte: http://pt.g