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A receita de Gilberto Freyre

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O MESTRE DE APIPUCOS ABRIU OUTRA POSSIBILIDADE DE OLHAR O PASSADO COLONIAL AO USAR RECEITA DE BOLO PARA EXPLICAR AS RELAÇÕES SOCIAIS Quando publicou o livro: Açúcar, 70 anos atrás, o sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987) tinha certeza de que seria alvejado pela crítica. Ele sabia que pagaria um preço salgado por ter dedicado metade do texto a receitas de bolos, doces e sorvetes, assunto que não deveria sair dos caderninhos femininos. Antecipando sua defesa, o intelectual lembrava aos leitores, na introdução do livro, um conceito do jornalista e escritor Eduardo Prado (1860-1901): “O paladar defende no homem a sua personalidade nacional.” Gilberto Freyre completa essa linha de pensamento no prefácio à terceira edição, ao dizer que “sem açúcar - seja do mais refinado ao mascavo, ao bruto ou de rapadura - não se compreende o homem do Nordeste.” Para escrever o livro, ele recolheu receitas que eram mantidas em segredo nas cozinhas das casas-grandes e sobrados dos engenhos de c