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Mostrando postagens de junho 25, 2011

Meio ano da Primavera Árabe lembra como gestos individuais podem mudar rumo da História Por Flávio Henrique Lino

Em seu confortável palácio de Cartago, nos arredores de Túnis , o ditador Zine el-Abidine Ben Ali não tinha motivos especiais para prestar atenção nas primeiras notícias que chegavam de Sidi Bouzid. Até aquele sábado, 18 de dezembro de 2010, a sonolenta cidade de pouco mais de 40 mil habitantes no interior da Tunísia tivera apenas uma rápida passagem pela História: em 1943, como campo de batalha na Segunda Guerra. Mas, os jovens enfurecidos que estilhaçavam vitrines de lojas e danificavam carros nas ruas naquela noite certamente em nada se assemelhavam ao Afrika Korps de Hitler ou aos Exércitos Aliados - não eram, portanto, páreo para as bem treinadas forças de segurança do regime. Além disso, há 23 anos governando o país como se fosse sua propriedade pessoal, Ben Ali podia contar com a letargia complacente de seu povo. Afinal, como disse a agência Reuters no dia seguinte, ao noticiar os distúrbios, "tumultos são extremamente raros na Tunísia, um país norte-africano que é um