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Mostrando postagens de janeiro 7, 2013

Ciências humanas sem vez – Por Leonardo Cazes

Uma polêmica ronda o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) , criado em dezembro do ano passado e que concede bolsas no exterior a estudantes de graduação e pós-graduação brasileiros.  O CsF se divide em 18 áreas consideradas prioritárias, e a única que permitia a participação de alunos dos cursos de ciências humanas era a chamada indústria criativa. Contudo, um detalhamento de quais cursos seriam aceitos na área, realizado no fim de novembro, excluiu todos os ligados às áreas humanas.  Fechou-se então a única porta aberta para o campo no Ciência sem Fronteiras . Agora, somente estudantes de cursos ligados a área tecnológica e biomédica podem participar do Ciência sem Fronteiras. A medida provocou polêmica. Alunos que pretendiam concorrer a bolsas no ano que vem e já pagavam cursos de língua estrangeira se sentiram prejudicados. Eles recorreram à Justiça e conseguiram uma decisão favorável na primeira instância, que permite a inscrição, mas o Ministério da Educação (MEC)

Igreja Anglicana: Do começo ao fim – Por Michelle Veronese

A Igreja Anglicana está prestes a se dividir. E esse destino foi traçado no momento de sua fundação: quando o rei Henrique Oitavo decidiu romper com a Igreja Católica para se divorciar da esposa e se casar com a amante.  Desde então, ela segue um passo à frente da maioria das igrejas cristãs, há 60 anos tem mulheres entre seus sacerdotes, há 10 admite gays no clero e recentemente celebrou um casamento entre homossexuais. Por ser tão moderna, arrebanhou milhões de fiéis pelos cinco continentes. Por ser tão moderna, está se desintegrando. O seu maior trunfo se transformou em seu maior conflito, num dilema que questiona os limites de uma religião baseada na fé em Cristo e no evangelho. A história, do início ao fim, você lê aqui. Capítulo 1: O início Inglaterra, 1533. O rei Henrique Oitavo era casado havia 24 anos com Catarina de Aragão. Com ela, teve seis filhos, mas só um deles, uma menina, sobreviveu. Preocupado com o futuro do trono, Henrique deixou-se encantar por Ana

Paralelo 10 - De Eliza Griswold

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Jornalista e colaboradora do The New York Times e da revista The New Yorker , Eliza Griswold percorre a fronteira da discórdia, aquela linha imaginária que separa os mundos islâmico e muçulmano, motivo de guerras e disputas seculares em busca da supremacia religiosa. A jornada de Eliza tem início na Nigéria, passa pelo Sudão e Somália para chegar à Ásia, onde Indonésia, Malásia e Filipinas vivem a tensão do conflito entre as duas religiões.  Na Nigéria , a situação é tão tensa que o governo evitou perguntas sobre credos no censo de 2006. O Sudão tem uma das realidades mais trágicas e complicadas: norte e sul se enfrentam há décadas pelo controle do petróleo e pelo domínio religioso.  Na Malásia , a ameaça está na extinção das culturas animistas indígenas do continente. A investigação de Eliza percorre um vasto universo com argumentos históricos, entrevistas e dados que ajudam a entender a geopolítica religiosa que confronta islâmicos e cristãos. Serviço:

Atitudes face à crise atual – Por Leonardo Boff*

Ninguém, face à crise, pode ficar indiferente. Urge uma decisão e encontrar uma saída libertadora. É aqui que se encontram várias atitudes para ver qual delas é a mais adequada a fim de evitarmos enganos: A primeira é a dos catastrofistas: a fuga para o fundo. Estes enfatizam o lado de caos que toda crise encerra. Veem a crise como catástrofe, decomposição e fim  da ordem vigente. Para eles a crise é algo anormal que devemos evitar a todo custo. Só aceitam certos ajustes e mudanças dentro da mesma estrutura. Mas o fazem com tantos senões que desfibram qualquer irrupção inovadora.  Contra estes catastrofistas já dizia o bom papa João XXIII referindo-se à Igreja mas valendo para qualquer campo: “A vida concreta  não é uma coleção de antigui­dades. Não se trata de visitar um museu ou uma academia do passado. Vive-se para progredir, embora tirando proveito das experiências do passado, mas para ir sempre mais longe". A crise generalizada não precisa ser uma queda para o

Quando artes plásticas e gastronomia se encontram

Muito além da natureza morta Alimentos e refeições retratados nas artes plásticas também têm facetas sociais e contestadoras. Em telas, esculturas e instalações, o homem usa inspirações culinárias para expressar sua forma de ver o mundo. O homem encontrou maneiras distintas para se expressar por meio da pintura e da escultura. Das pinturas rupestres da pré-história à arte contemporânea, a comida se tornou parte integrante das obras. A partir dos hábitos alimentares, povos mostraram e ainda mostram as suas singularidades. Uma história que perpassa mudanças que começam nos alimentos brutos próprios da descoberta do fogo e da invenção da agricultura e chegam à comida massificada e industrializada do pós-guerra. “À medida que os valores, as crenças e os hábitos sociais da humanidade foram se alterando, a forma como esse tema foi tratado mudou, mas, em menor ou maior grau, ele sempre esteve presente” , avalia Santa Bárbara Edwiges Bown-Jones, pesquisadora da Universidade da Calif

Lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim atrai dezenas de pessoas

O ritual do Candomblé acontece há onze anos em Maceió. Faixas e cânticos pediam paz e tolerância entre as religiões. Adeptos de religiões de matriz africana realizaram na tarde do domingo (6) a lavagem da escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim , no bairro do Poço. O ritual acontece em Maceió há onze anos e é organizado pelo N úcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogun-té. O cortejo saiu da rua São João, no Jacintinho, com dança, cânticos e faixas pedindo paz e tolerância entre as religiões. Em frente a igreja, que estava fechada, houve apresentação de afoxé. Em seguida aconteceu a tradicional lavagem da escadaria com água, perfume e flores trazidas em jarros bracos pelos filhos de santo. Também foram soltas pombas brancas para simbolizar a paz. “É um momento especial que remete ao sincretismo religioso tão marcante no Brasil entre a religião Católica e o Candomblé. É um ato que pede paz, tolerância e, principalmente, o amor ao próximo”, disse Pai Célio, responsáv